Não se pode ensinar tudo a alguém,
pode-se apenas ajudá-lo a encontrar por si mesmo.

Galileu Galilei

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

PARAÍSO, INFERNO, ETC

O LIVRO DOS ESPíRITOS - LIVRO 4, CAP. 2

IX PARAÍSO, INFERNO, PURGATÓRIO. PARAÍSO PERDIDO.

1.011. Um lugar circunscrito no Universo está destinado às penas e aos gozos dos Espíritos, segundo os seus méritos?
-- Já respondemos a essa pergunta. As penas e os gozos são inerentes ao grau de perfeição do Espírito.
Cada um traz em si mesmo o princípio de sua própria felicidade ou infelicidade. E como eles estão por toda parte, nenhum lugar circunscrito ou fechado se destina a uns ou a outros. Quanto aos Espíritos encarnados, são mais ou menos felizes ou infelizes segundo o grau de evolução do mundo que habitam.

1.012. De acordo com isso o Inferno e o Paraíso não existiriam como os homens os representam?
-- Não são mais do que figuras; os Espíritos felizes e infelizes estão por toda parte. Entretanto, como já o dissemos também, os Espíritos da mesma ordem se reúnem por simpatia. Mas podem reunir-se onde quiserem, quando perfeitos.

A localização absoluta dos lugares de penas e de recompensas só existe na imaginação dos homens. Provém da sua tendência de materializar e circunscrever as coisas cuja natureza infinita não podem compreender.

http://www.geae.inf.br/pt )

sábado, 2 de outubro de 2010

Crenças e Carma


Mentalidade é a capacidade intelectual, ou seja, o conjunto de crenças, costumes, hábitos e disposições psíquicas de um indivíduo. São registros profundos situados no corpo espiritual, raízes de nosso modo de agir e pensar, acumulados na noite dos tempos.
Nossa mentalidade atrai tudo aquilo que irradiamos consciente ou inconscientemente.
Portanto, certos conceitos que mantemos atraem prosperidade e nos fazem muito bem; outros tantos nos desconectam do progresso e da realidade espiritual.
Porque ainda não vemos as coisas sem o manto da ilusão é que acreditamos em prêmios e castigos; na realidade, suportamos apenas as conseqüências de nossos atos.
Dessa forma, tudo o que está acontecendo em tua vida é produto de tuas crenças e pensamentos que se materializam; não se trata, pois, de punições nem recompensas, mas reações desencadeadas pelas tuas ações mentais.
Certas idéias sobre o carma não condizem com a coerência e com a lógica da reencarnação, levando-te a interpretações distorcidas e irreais sobre as Leis Divinas.
Carma, em sânscrito, quer dizer simplesmente”ação”.
Tuas ações, ou seja, teus carmas são positivos ou negativos, de conformidade com o que fizeste e segundo tuas convicções e valores pessoais.
Deus não julga os atos pessoais, mas criou leis perfeitas que dirigem o Universo. Porque tens o livre-arbítrio como patrimônio, é que deves admitir que a vida dá chances iguais para todos:
a diferença está na credulidade de cada um.
A seguir, algumas formas negativas de pensar: “Não posso mudar, é meu carma”; “Tenho que sofrer muito, são erros do passado”.
Se golpearmos algo para a frente, este objeto terá a força e a direção que lhe imprimirmos.
Se continuarmos, pois, a golpeá-lo, recolheremos sucessivos retornos com relativa freqüência e intensidade, conforme nossa ação promotora.
São assim teus carmas: atos e atitudes que detonas continuadas vezes, vida após vida, recebendo, como conseqüência, as reações decorrentes de tua liberdade de agir.
Por que, então, não mudas teu carma?
(...)
Aquele que muito amou foi perdoado, não aquele que muito sofreu. O amor é que cobriu, isto é, resgatou a multidão dos pecados, não a punição ou o castigo.
O sofrimento apenas nos serve como “transporte das almas” de retorno ao amor, de onde saímos, fruto da Paternidade Divina. A função da dor é ampliar horizontes para realmente vislumbrarmos os concretos caminhos amorosos do equilíbrio.
Como o golpe ao objeto pode ser modificado, repensa e muda também tuas ações, diminuindo intensidades e freqüências e recriando novos roteiros em tua existência.
Transformar ações amando é alterar teu carma para melhor, atraindo pessoas e situações harmoniosas para junto de ti.

(1) Lucas 7:47.
(2) 1º Pedro 4:8.
(3) Êxodo 34:7.

["Renovando Atitudes" por Hammed]

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

[RESIGNAÇÃO ESPÍRITA]

RESIGNAÇÃO ESPÍRITA

Uma das acusações que se fazem ao Espiritismo é a de levar o homem ao conformismo. "Os espíritas se conformam com tudo, — escrevem-nos — e dessa maneira acabarão impedindo o progresso, criando entre nós um clima de marasmo, favorável às tiranias políticas do Oriente. A idéia da reencar-nação é o caldo de cultura do despotismo, pois as massas crentes se entregam a qualquer jugo."
Muitos confundem a resignação espírita com o conformismo religioso. Mas, contraditoriamente, acusam o Espiritismo e não acusam as religiões. Por outro lado, tiram conclusões teóricas de fatos que podem ser observados na prática. A idéia da reencarnação não é nova, não nasceu com o Espiritismo, e não precisamos teorizar a respeito, pois temos toda a história da humanidade ante os olhos, para nos mostrar praticamente os seus efeitos.
Vamos, entretanto, por ordem. E tratemos, primeiro, da resignação e do conformismo. A resignação espírita decorre, não de uma sujeição místico-religiosa a forças incontroláveis, mas de uma compreensão do problema da vida. Quando o espírita se resigna, não está se submetendo pelo medo, mas apenas aceitando uma realidade à qual terá de sujeitar, exatamente para superá-la, para vencê-la. Não é, pois, o conformismo que se manifesta nessa resignação, mas a inteligente compreensão de que a vida é um processo em desenvolvimento, dentro do qual o homem tem de se equilibrar.
Acaso não é assim que fazemos todos, espíritas e não-espíritas, em nossa vida diária? O leitor inconformado não é também obrigado, diariamente, a aceitar uma porção de coisas a que gostaria de furtar-se? Mas a diferença entre resignação ou aceitação, de um lado, e conformismo, de outro, é que a primeira atitude é ativa e consciente, enquanto a segunda é passiva e inconsciente. O Espiritismo nos ensina a aceitar a realidade para vencê-la.
"Se a doença o acossa, — dizem — o espírita entende que está sendo vítima do fatalismo cármico, do destino irrevogável. Se a morte lhe rouba um ente querido, ele acha que não deve chorar, mas agradecer a Deus. Se o patrão o pune, ele se submete; se o amigo o trai, ele perdoa; se o inimigo lhe bate na face esquerda, ele lhe oferece a direita. O Espiritismo é a doutrina da despersonalização humana."
Mas acontece que essa despersonalização não é ensinada pelo Espiritismo, e sim pelo Cristianismo. Quando o Espiritismo ensina a conformação diante da doença e da morte, o perdão das ofensas e das traições, nada mais está fazendo do que repetir as lições evangélicas. Ora, como o leitor acusa o Espiritismo em nome do Cristianismo, é evidente que está em contradição. Além disso, convém esclarecer que não se trata de despersonalização, mas de sublimação da personalidade. O que o Cristianismo e o Espiritismo querem é que o homem egoísta, brutal, carnal, agressivo, animalesco, seja substituído pelo homem espiritual. A "personalidade" animal deve dar lugar à verdadeira personalidade humana.
Quanto ao caso das doenças, seria oportuno lembrar ao leitor as curas espíritas. Não chega isso para mostrar que não há fatalismo cármico? O que há é a compreensão de que a doença tem o seu papel na vida humana. Mas cabe ao homem, nesse terreno, como em todos os demais, lutar para vencê-la. O Espiritismo, longe de ser uma doutrina conformista, é uma doutrina de luta. O espírita luta incessantemente, dia e noite, para superar o mundo e superar-se a si mesmo. Conhecendo, porém, o processo da vida e as suas exigências, não se atira cegamente à luta, mas procurando realizá-la com inteligência, num constante equilíbrio entre as suas forças e o poder dos obstáculos.


[O Homem Novo de J. Herculano Pires. pg 10]

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Ciência ou Religião

Eu nunca entendi muito o propósito dessa mania de rotular-se "Ciência" sem ser Ciência, afinal de contas, o que a ciência tem demais para que precisem desse status ? Acho que em algum momento houve uma super valorização de ser-Ciência, provavelmente do tipo de "superestimação" que vem do Ego (além do "só acredite naquilo que está provado, ou será considerado um inocente que acredita em qualquer coisa!!!" que na minha opinião, fechou muitas possibilidades de experienciar sentimentos e sensações, e acreditar nelas). Enfim, estava lendo alguns blogs sobre isso e me deparei com o que penso, expressado por outra pessoa, sobre Doutrina Espírita x Ciência :

"Tudo o que é matéria de fé está, por definição, além do conhecimento físico-químico. No dia em que se comprovarem cientificamente as verdades da doutrina espírita a ciência como um todo se tornará espírita. O problema, que é aliás muito simples, é que nenhuma das verdades do espiritismo foi comprovada cientificamente. No dia que isso ocorrer, todas as pessoas de bem serão espíritas. Todavia, até lá, as verdades do espiritismo continuarão sendo o que são hoje: crença religiosa."

Comentário de Henrique Rossi no Blog:

[ Um historiador e ex-ateu, agora espírita ]

Por: Fátima Farias

Será possível um ateu mudar radicalmente de pensamento? Pode até ser inacreditável, mas acontece. Foi o caso do historiador Armando Souto Maior, conhecido nacionalmente. (...)

- Mas o que levou um historiador ateu transformar-se num espírita?
(...)

O primeiro contato de professor Armando com o Espiritismo aconteceu quando certa vez, nos Estados Unidos, ele foi assistir a uma conferência de Carlos Campetti sobre o Livro dos Espíritos. atendendo ao convite de uma amiga, Fernanda Wienskoski. Conta que após a conferência, Campetti colocou-se à disposição do público para responder a perguntas sobre o assunto tratado. “Tentei encostá-lo no canto da parede. Ele respondeu com elegância e lógica. É claro que não me convenceu naquela noite, mas me induziu a uma posterior leitura de Kardec, onde aos poucos obtive respostas convincentes ao problema do ser, do destino e sua origem. O aspecto científico do Espiritismo deu-me o apoio de que eu necessitava para aceitá-lo como um fato transcendente na minha vida”.

(...)

William Crookes é um conhecido exemplo no século cientificista, e o superficial conhecimento que tinha do espiritismo levava-me sempre ao falacioso raciocínio de que a teoria espírita era demasiadamente bem organizada para corresponder à realidade. O homem, para mim, sempre se havia revelado um espanto de maldade, e nada indicava que tivesse sido criado por uma entidade superior, personificação de bondade e justiça. As religiões onde ela se inseria, numas mais noutras menos, eram simples portões para uma fé irracional, sem nenhum compromisso com a lógica”.